Num domingo qualquer do mês de Outubro fui ao CCB, mais concretamente ao Berardo ver a exposição de Vik Muniz que conheci através da revista Parq.
Vik utiliza materiais considerados 'estranhos' nas suas criações, o que me deixou inicialmente apreensiva... Chocolate? Manteiga de amendoim? Esparguete, diamantes, caviar e lixo? Pensei que ia ver algo meio desleixado, mas não. Tudo é criado ao pormenor, as proporções são espectaculares e a curiosidade das pessoas para ver ao perto o que é suposto ser visto ao longe é algo que realmente me transcende. Chego a pensar se sabem o que estão a ver, ou se foram só ali passar o domingo porque sim. Mas voltando a Vik, ele re-inventa com estas matérias imagens icónicas que todos conhecemos e que são posteriormente fotografadas e ampliadas para serem expostas. O nosso cérebro reconhece automaticamente estas imagens e ao mesmo tempo tende a criar uma desconstrução e a separar a imagem do ícone real que conhecemos em detrimento desta outra imagem mas cujo significado é exactamente o mesmo. E é aí que está o segredo do sucesso, porque no fundo ele não está a dar-nos a conhecer imagens novas, está apenas a relembrar-nos da sua existência através de uma re-inventação das mesmas.
Vale a pena conhecer o trabalho de Vik Muniz.